Um dos casos de feminicídio que mais chocaram a população do CIMBAJU em 2025 teve um desfecho sangrento na Bahia. José Nilton, conhecido como Baia, foi morto em confronto com policiais da Rondesp (Rondas Especiais da Polícia Militar) na manhã de terça-feira, 27 de maio, em Vitória da Conquista. Ele era o principal suspeito de ter assassinado Liliane Aparecida, sua ex-companheira, em Mairiporã, no bairro Capoavinha, em um crime ocorrido no último dia 13. 3x4158
Pontos Principais:
A vítima buscava uma reconciliação com Baia, quando foi surpreendida por um ataque fatal. Desde então, ele estava foragido. A confirmação de sua localização surgiu após ações de inteligência cruzadas entre as forças policiais de São Paulo e da Bahia. O encontro com a polícia, porém, não resultou em prisão: terminou em tiroteio.
Segundo o comando da PM baiana, José Nilton e um comparsa foram avistados durante patrulhamento de rotina no bairro Conveima. Ao perceberem a presença policial, fugiram para dentro de uma casa e atiraram contra os agentes. No revide, Baia foi atingido. Socorrido ao Hospital Geral de Vitória da Conquista, ele não resistiu aos ferimentos. O outro suspeito conseguiu escapar e segue sendo procurado pelas autoridades.
A ficha criminal de Baia, agora revelada em detalhes, aponta para um padrão de violência contínua. Além do assassinato de Liliane, ele era investigado por outro feminicídio, cometido em novembro de 2024, também contra uma companheira, na Bahia. As circunstâncias semelhantes dos crimes acenderam um alerta entre investigadores da Delegacia de Homicídios de Vitória da Conquista.
A mobilização interestadual para capturá-lo demonstra como a impunidade pode ser alimentada pela facilidade de circulação entre estados. Apesar da morte do acusado, os trabalhos da polícia continuam com foco na localização do cúmplice e na possível existência de outras vítimas. A investigação ainda busca traçar os caminhos percorridos por José Nilton nos últimos meses, mapeando sua rota de fuga e conexões.
Moradores da região do CIMBAJU acompanharam com atenção o desenrolar do caso, que teve forte repercussão local. O assassinato de Liliane, uma mulher que acreditava poder recomeçar ao lado do ex-companheiro, escancarou o risco enfrentado por vítimas que ainda mantêm vínculos afetivos com seus agressores. O caso também serviu como alerta para os serviços de acolhimento e prevenção à violência doméstica nos municípios da região.
A polícia paulista já havia destacado a periculosidade do suspeito e a dificuldade de localizá-lo. Sua morte em confronto, embora interrompa diretamente o ciclo de crimes atribuídos a ele, não encerra a discussão sobre a violência de gênero, especialmente aquela cometida por reincidentes com histórico de agressões e assassinatos.
Enquanto isso, o trabalho de investigação avança na tentativa de reunir provas que confirmem a atuação de Baia em outros casos e identifiquem possíveis cúmplices ou redes de apoio utilizadas durante sua fuga. A cooperação entre os estados é vista como um dos fatores decisivos para o êxito da operação.
O caso evidencia a urgência de políticas públicas de proteção às mulheres, bem como o fortalecimento dos sistemas de informação e inteligência entre os estados para conter criminosos itinerantes. A violência que começa nos lares e se espalha por fronteiras exige ações integradas, eficazes e permanentes.